Epidemiologia de acordo com sua etimologia vem de epi(sobre) + demos (população). Enquanto a epidemiologia estuda o “corpo populacional”, ou seja, descreve a gravidade que ali ocorre, aponta as causas e indica os meios de controle e profilaxia, a clínica estuda o corpo do paciente, descreve as alterações de seu funcionamento normal, diagnostica as causas e prescreve o tratamento. Enquanto a clínica descreve um caso como uma unidade, a epidemiologia focaliza o número de casos e sua incidência no tempo e no espaço.
8.17.5.1
Existem dois descritores que estão relacionados e é preciso diferenciá‑los, e que fazem parte da epidemiologia experimental. São eles, ESTUDOS DE CASOS E CONTROLES (SP5) e GRUPOS CONTROLE (E05). O primeiro refere‑se ao conjunto de casos já diagnosticados de uma doença determinada. Ao mesmo tempo seleciona‑se outro conjunto de indivíduos sãos ou afetados por outras doenças. Da comparação dos dois conjuntos ou atributos, procura‑se obter as informações desejadas. Ao segundo conjunto denomina‑se GRUPOS CONTROLE.
Estudo experimental da profilaxia da malária no território de Amapá (Brasil) usando quinina no grupo de estudo
MALÁRIA /prev *
QUININA /uso terap *
ESTUDOS DE CASOS E CONTROLES *
BRASIL
8.17.5.2
Existe na SP5 o descritor INQUÉRITOS EPIDEMIOLÓGICOS que refere‑se à coleta sistemática de dados sobre saúde e doenças de uma população em uma área determinada. Não confundir este descritor com INQUÉRITOS E QUESTIONÁRIOS que é um conjunto de perguntas pré-determinadas usadas para reunir dados clínicos, ocupacionais, estado social, etc.
Pesquisa epidemiológica do alcoolismo no Chile
ALCOOLISMO /epidemiol *
INQUÉRITOS EPIDEMIOLÓGICOS *
CHILE
Detecção precoce de alcoolismo através de questionário CAGE
ALCOOLISMO /diag *
INQUÉRITOS E QUESTIONÁRIOS *
8.17.5.3
Em epidemiologia o elemento cronológico torna‑se necessário para a descrição dos quadros epidemiológicos e a subsequente formulação de hipóteses. Existe o descritor CONGLOMERADOS ESPAÇO‑TEMPORAIS que se refere a uma série de casos de uma doença agrupados em padrões bem definidos, em relação ao tempo ou espaço, ou ambos. Este elemento torna‑se fácil nas doenças onde o intervalo de tempo, desde que ocorre o agravamento e a manifestação mórbida, pode ser medido com razoável precisão. Estão neste caso as doenças transmissíveis que se caracterizam pela apreciável constância com seus períodos de incubação.
Frequência de conjuntivite em operários que utilizaram uma solução oftálmica contaminada com o adenovírus tipo 8
CONJUNTIVITE /epidemiol *
CONGLOMERADOS ESPAÇO-TEMPORAIS *
ADENOVÍRUS HUMANO *
8.17.5.4
Dois descritores da SP5 fazem parte do conceito MORBIDADE. São eles: INCIDÊNCIA e PREVALÊNCIA. Alguns autores os utilizam como sinônimos, quando, na realidade, são dois conceitos bem diferenciados. INCIDÊNCIA refere‑se a frequência de novos casos de doença em uma população e período determinado. Este descritor deve ser usado com cautela já que existe o qualificador /epidemiol que em clínica usa‑se como frequência de casos. O conceito PREVALÊNCIA é um pouco mais amplo e refere‑se ao número de casos de doença num determinado período não importando se são novos ou antigos.
Meningite asséptica: análise de um surto epidêmico
MENINGITE ASSÉPTICA /epidemiol *
SURTOS DE DOENÇAS *
Resultado de levantamentos sobre o hábito de fumar
FUMAR *
PREVALÊNCIA *
8.17.5.5
Dentro dos descritores da subcategoria SP5 existe um, ESTATÍSTICAS VITAIS, que se refere à estatística de eventos vitais tais como nascimento, morte, casamentos, etc, mas que não inclui estatística de morbidade. Não confundí‑lo com o descritor MORBIDADE que refere‑se a qualquer mudança do estado de bem‑estar fisiológico ou psicológico.
Sistemas de informação de natalidade e mortalidade em países da América Latina e Caribe
ESTATÍSTlCAS VITAIS *
SISTEMA DE INFORMAÇÃO *
AMÉRICA LATINA
REGIÃO DO CARIBE
Morbidade da doença de Chagas: estudos seccionais no Brasil
DOENÇA DE CHAGAS *
MORBIDADE *
BRASIL
8.17.5.6
Como foi visto na regra 8.17.1.5. não se deve fazer confusão entre GRUPOS DE RISCO e RISCO. Este último, em epidemiologia, se define como a probabilidade de que ocorra um fenômeno indesejado ou dano. O dano pode ser o aparecimento ou a existência de um processo patológico ou de complicações deste processo. Portanto, o risco é a probabilidade de que esse processo ou sua complicação ocorra. Durante vários anos a epidemiologia esteve circunscrita quase com exclusividade ao enfoque biológico no estudo do indivíduo e seu ambiente. Hoje este conceito de fatores de risco tem voltado a ampliar‑se com a inclusão dos aspectos econômicos, sociais e culturais, e as características dos serviços de saúde, acessíveis ou não aos indivíduos e que de alguma forma condicionam seus riscos de doença, incapacidade e morte, assim como suas possibilidades de recuperação. A pesquisa epidemiológica concentra‑se em especial no estudo daqueles fatores que, ao menos em potencial, podem ser considerados como causais, determinantes ou condicionais dos fenômenos de saúde e doença. Portanto, qualquer fator, causal ou não, pode servir para a identificação de grupos ou de indivíduos a quem se deve estudar ou vigiar de maneira mais estreita. O propósito dessa vigilância é alcançar um diagnóstico e tratamento precoce apto para contribuir para reduzir a duração, complicações ou letalidade da doença, estimar o número esperado de enfermos e, em consequência, estimar a magnitude da necessidade e assinalar os recursos para sua satisfação.
Câncer do reto: estudo de caso-controle no Município de São Paulo
NEOPLASIAS RETAIS /epidemiol *
ADENOCARCINOMA /epidemiol *
RISCO *
COMPORTAMENTO ALIMENTAR *
GRUPOS CONTROLE *
MUNICÍPIO DE SÃO PAULO (Campo “Região não DeCS”)
BRASIL
Epidemiologia do infarto agudo do miocárdio. Fatores de risco, complicações e causas de morte
INFARTO DO MIOCÁRDIO /epidemiol *
HIPERCOLESTERONEMIA /compl *
FATORES DE RISCO *
FUMAR *
INFARTO DO MIOCÁRDIO /mortal *